dez 21

Ainda que os primeiros aparelhos com os perfis de interatividade definidos pelo Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (Fórum SBTVD) estejam prestes a chegar nas prateleiras, os canais brasileiros de TV aberta ainda abordam com cautela a possibilidade do espectador interagir com a programação.

Levantamento feito pelo IDG Now! mostra que estações de TV no Brasil trabalham em aplicativos que permitirão apenas interação local, ou seja: espectadores poderão escolher uma entre diversas opções já pré-definidas pelo canal.

Exemplo disto são os aplicativos que o departamento de engenharia da Rede Globo vem preparando para o canal.

Em evento na sede da emissora em agosto, o diretor da Central Globo de Engenharia, Fernando Bittencourt, mostrou dois modelos: um generalista, que pode ser exibido em toda programação, e outro focado, destinado a programas específicos.

No primeiro, widgets na parte inferior da tela permitem que o espectador tenham acesso a informações do reality show “Big Brother Brasil”, do portal G1 ou do site Globoesporte.com a partir da tela da sua televisão.

Quando clicados, os widgets abrem janelas na coluna esquerda da tela do espectador, reproduzindo manchetes e resumos curtos de notícias veiculadas pelas operações online do conglomerado.

Na ocasião, Bittencourt o considerou o modelo “mais agressivo” de interatividade do canal e já tenta fazer com que os sites da Globo peguem carona na popularidade do canal de TV.

No segundo, voltado inicialmente para novelas e jogos de futebol, uma interface composta por botões na coluna esquerda mostra informações adicionais sobre o programa que podem ser acessadas pelo controle remoto, como sinopse do capítulo ou classificação do campeonato.

A Globo confirma que vem testando estes aplicativos mais pontuais na novela “Viver a vida”, depois de criar interatividade para a novela “Caminhos das Índias” e para o Campeonato Brasileiro 2009.

O modelo de aplicações específicas também já está em testes pela Rede Record, que afirma ter criado um aplicativo para o reality show “A Fazenda”, testado entre junho e agosto, com informações como a biografia dos participantes.

O diretor de tecnologia da Record, José Marcelo Amaral, admite que outros programas da grade da emissora também estão sendo usados de base para a criação de aplicativos, mas não confirma os nomes.

O conceito de um portal genérico com informações sobre a estação que pode ser acessado independentemente do programa no ar é explorado tanto pelo SBT como pela TV Cultura.

No ar há seis meses, o portal do SBT apresenta informações como data e horário, previsão do tempo e informações sobre os programas, além de fazer enquetes com o público e oferecer promoções comerciais, afirma o diretor de tecnologia do canal, Roberto Franco.

O portal, segundo ele, será a porta de entrada para que aplicativos específicos sejam acessados.

Programas jornalísticos e novelas deverão ser os primeiros programas com interatividade própria, afirma ele, sem adiantar prazos para que os aplicativos estejam prontos.

Caminho semelhante segue a TV Cultura que, em parceria com o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), de Campinas, no interior de São Paulo, vem criando a interface para um portal que será acessado pelos diferentes canais da Fundação Padre Anchieta.

Segundo o coordenador do núcleo de novas mídias da fundação, Ricardo Mucci, outro projeto feito em parceria com o CPqD é um sistema de busca semântico para que espectadores encontrem os vídeos que querem de maneira mais fácil.

Quando pronta, a ferramenta será integrará ao portal para facilitar a navegação dos espectadores. O canal pretende ainda digitalizar seu acervo, o que permitiria a busca por conteúdos produzidos a partir do final da década de 60.

Consultada, a Bandeirantes afirmou que não divulgará seus planos para interatividade na TV Digital até fechar seu planejamento para 2010. A Rede TV! e a Gazeta não responderam aos pedidos da reportagem.

Dois perfis e TVs interativas

O Fórum SBTVD divulgou no começo de dezembro os dois perfis a partir dos quais os canais de TV poderão desenvolver aplicativos de interatividade dentro do middleware de interatividade Ginga, desenvolvido no Brasil.

A diferença entre eles está no teor do conteúdo reproduzido: enquanto o primeiro perfil se concentra em textos e imagens, o segundo permitirá áudio e vídeo executados simultaneamente ao conteúdo reproduzido na TV.

O grupo também resolveu que o canal da interatividade, por onde as escolhas do espectador seriam levadas à emissora para a realização de enquetes em tempo real, por exemplo, poderá ser acrescentado de maneira independente.

A divulgação do Fórum SBTVD coincidiu com o anúncio da LG que modelos da linha Time Machine Digital de televisores chegariam ao mercado na terceira semana de dezembro com o Ginga instalado.

Serão quatro modelos da fabricante preparadas para interatividade: dois com telas de LCD e dois com tela de plasma.

As TVs LCD reproduzem conteúdo no formato full HD, com resolução de 1.920 pixels x 1.080 pixels, e têm preços sugerido de 4,5 mil reais para a versão de 42 polegadas e 6 mil reais para as versões de 47 polegadas.

Já os modelos com tela de plasma reproduzem conteúdo em alta definição, com resolução de 1.366 pixels x 768 pixels, e têm preços sugeridos de 3,5 mil reais para a versão de 42 polegadas e 4,6 reais para as versões de 50 polegadas.

Fonte: IDGNow

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