set 16

Faltam 40 dias para o dia previsto para o desligamento dos sinais analógicos de televisão no Distrito Federal e em cidades próximas à capital. Mas as emissoras de televisão, operadoras móveis, Anatel e governo ainda discutem qual a metodologia de pesquisa será considerada para verificar quão preparados estão os domicílios afetados, um universo de quase 4 milhões de pessoas.

“Estamos buscando um entendimento, o que deve acontecer na próxima reunião do Gired, em 5 de outubro. Há ainda algumas divergências sobre como enquadrar as televisões de tela plana na pesquisa”, explica o coordenador do grupo de implementação da digitalização, o conselheiro da Anatel Rodrigo Zerbone.

Trata-se da pesquisa que mede a preparação dos lares. Pelas regras do processo de transição para a TV Digital, os sinais analógicos só podem ser desligados quando 93% dos domicílios são considerados aptos a receber os sinais digitais. Mas para desligar a goiana Rio Verde, cidade-piloto do cronograma, as emissoras de televisão aceitaram alterar critérios de forma a inflar o percentual – e ainda assim o desligamento acabou sendo feito quatro meses depois da data prevista, e com oito pontos percentuais abaixo da meta.

Entre ajustes feitos ainda no ano passado, a pesquisa passou a considerar que todos os lares que contassem com algum tipo de aparelho de TV de tela fina como preparados para o desligamento analógico. Mantida essa lógica, a pesquisa indica que 85% dos domicílios estão prontos.

Mas ao se aproximar do ‘apagão’ no terceiro maior mercado publicitário do país, os radiodifusores se mostram preocupados. E apresentaram uma metodologia diferente, um pouco mais rigorosa. Como resultado, no lugar dos 85% medidos pelo Ibope em agosto, seriam 79% os lares aptos a receber os sinais digitais.

Mesmo considerando-se que a margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais e, portanto, com 90% é possível desligar, o índice apontado pelas emissoras de TV está 11 pontos abaixo da meta, contra os 5 pontos da metodologia usada em Rio Verde.

Na tentativa de chegar a um entendimento, o próprio Ibope apresentou ao Gired um novo ‘puxadinho’ na pesquisa: a adoção de um deflator ao percentual encontrado de lares com televisores de tela plana. Segundo o instituto, somente 8% dos lares com aparelhos como esses não estão prontos.

Adotado esse deflator no resultado final, o percentual de lares preparados para a TV Digital em Brasília e outros nove municípios (Águas Lindas, Cidade Ocidental, Cristalina, Formosa, Luziânia, Novo Gama, Planaltina, Santo Antônio do Descoberto e Valparaíso) cairia para 84%.

É este o caminho que o coordenador do Gired espera aprovado no próximo encontro, em 5 de outubro. Depois disso, a próxima reunião do grupo será em 25 de outubro, na qual serão discutidos os resultados da pesquisa a ser apresentada na véspera – para a decisão sobre manter ou adiar o desligamento.

Fonte: Convergência Digital

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