maio 06

Ginga Brasil: Minicom anuncia edital do Programa Ginga Brasil

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O Ministério das Comunicações e a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) anunciaram a abertura do processo de seleção de emissoras educativas de TV aptas a receber laboratórios de testes de conteúdos e aplicações interativas de TV digital. O edital acontece no âmbito do Programa de Estímulo ao Desenvolvimento do Padrão Nacional de Interatividade da Televisão Digital Brasileira – Ginga Brasil e consiste na seleção de dez entidades, de direito público ou privado.

O objetivo é o fomento à produção e desenvolvimento de conteúdos e aplicações interativas baseadas no middleware Ginga, a serem adotados na programação transmitida pelas entidades. Além de possibilitar a instalação de laboratórios de testes de conteúdos e aplicações interativas de TV digital nas dez entidades, o programa também capacitará quarenta técnicos, produtores ou diretores das emissoras selecionadas no uso e desenvolvimento de aplicações e conteúdos interativos baseados no Ginga.

Mais informações podem ser obtidas neste link.

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Fonte: Tela Viva

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abr 25

TV Digital: O ‘bolsa novela’, ou o subsídio para a TV digital, pode custar até R$ 4 bilhões ao governo

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O MiniCom elabora programa para aprovação da presidente Dilma que prevê o subsídio para a população de baixa renda comprar o conversor digital

O desligamento da TV analógica previsto para começar em março de 2015 só ocorrerá se toda a população da cidade atingida tiver condições de ter acesso à TV aberta com o sinal digital. “O governo não fará nada sem garantir o acesso da população à TV digital”, afirma o secretário de Comunicação de Massa do Ministério das Comunicações, Genildo Lins. Isto significa, explicou, que o governo irá subsidiar o conversor que transforma o sinal analógico de TV em digital para a população de baixa renda. E o custo deste subsídio pode variar de R$ 500 milhões e R$ 4 bilhões, a depender do número de famílias que terão que ser contempladas no programa.

Esses estudos ainda estão sendo feitos pelo MiniCom, que pretende levar a proposta para decisão final da Presidência da República nos próximos 15 dias. Segundo Lins, o montante de recursos a ser destinado para o subsídio vai depender se serão contempladas apenas as famílias que integram o programa Bolsa Família, ou que integram o Cadastro Único do governo federal, que duplica o número famílias contempladas, para 23 milhões.

Segundo o secretário, nas 885 cidades que a Anatel aponta como aquelas onde será necessário o desligamento do sinal da TV analógica, existem 12 milhões de famílias que poderiam ser subsidiadas pelo governo, e nas demais cidades onde o desligamento será feito até o ano de 2018, há outras 11 milhões de famílias.

Conforme Lins, este dinheiro viria do Orçamento da União, mas o Ministério conta com o leilão da faixa de 700 MHz para convencer a área econômica do governo, visto que a previsão com a venda desta frequência é bem maior. Lins disse que a modelagem em estudo pelo Ministério não descartou ainda a possibilidade de as próprias operadoras de celular subsidiarem direamente o conversor, como contrapartida à compra da frequência.

A expectativa do secretário é de que o Palácio do Planalto aprove o programa da TV digital – que irá implicar a publicação de novo Decreto Presidencial – até o dia 13 de maio, quando ele será apresentado aos integrantes do Fórum da Tv Digital.

Fonte: FNDC

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abr 25

TV Digital: Por falta de espectro, Minicom flexibiliza migração

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O Ministério das Comunicações vai liberar as emissoras de televisão de transmitirem simultaneamente suas programações nos sistemas analógico e digital. A lógica é de que aquelas que assim desejarem poderão passar diretamente à transmissão digital.

“Como há dificuldade de acomodar na faixa e que pequenos grupos têm dificuldade econômica de manter as duas transmissões, estamos propondo que seja admitida a migração direta do analógico para o digital”, revelou o ministro Paulo Bernardo, ao participar de audiência pública na Câmara dos Deputados.

Na prática, porém, não é exatamente uma opção. Como explicou o secretario de Serviços de Comunicação Eletrônica do Minicom, Genildo Lins, foi a saída encontrada para as emissoras que até hoje não fazem a transmissão simulcast porque não há espectro disponível.

“Em cidades como São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro simplesmente não há possibilidade, seja em 700Mhz, seja em 800MHz. Não há espaço. Por isso, vamos permitir que aquelas emissoras que hoje só transmitem no sistema analógico possam ir direto ao digital”, disse o secretário.

Cidades como essas com grande número de emissoras já encontram dificuldades, com a digitalização, para acomodar todas as TVs existentes. Tanto é que Paulo Bernardo voltou a dizer nesta quarta que, se preciso, haverá oferta menor da faixa de 700 MHz às teles, visto que aí a radiodifusão é prioridade.

A “liberação” do simulcast deverá ser autorizada no mesmo Decreto – já elaborado pelo Minicom e em discussão no governo – que vai prever um novo cronograma para o desligamento dos sinais analógicos. Inicialmente previu-se uma única data para todo o país, 30 de abril de 2016. A ideia agora é fazer o desligamento gradativamente entre 2015 e 2018.

Fonte: FNDC

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abr 25

TV Analogica: Primeira fase do switch off começa com 1.521 municípios

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Aos poucos o Ministério das Comunicações releva como será escalonado o desligamento da TV analógica que está sendo planejado. Em workshop promovido no último dia 19 pela Abratel, a diretora de outorgas do Minicom, Patrícia de Ávila, disse que em 2015, no primeiro ano do switch off (que o Minicom chama de primeira fase), devem ser desligadas as transmissõres analógicas de 1.521 municípios.

O início do processo está previsto para o mês de março de 2015, quando serão desligadas 61 transmissões do DF e entorno, que abrangem 9 cidades. Depois, em abril, vem a região metropolitana de São Paulo, com 64 cidades. Em maio está previsto o desligamento das regiões metropolitanas de Campinas, Santos e Jundiaí que compreendem 133 cidades.

O cronograma segue até dezembro, onde serão desligados as transmissões analógicas de outros estados. O Nordeste, por exemplo, está previsto para agosto e setembro de 2015. O Norte e o Centro–Oeste também entra na primeira fase, em outubro de 2015. Confira aqui a apresentação.

Patricia de Ávilla deixou claro que o cronograma ainda é provisório e poderá sofrer ajustes até a sua publicação no Diário Oficial da União (DOU).

Fonte: Tela Viva

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abr 11

Telefone TVD: Abratel pede prioridade na desoneração de smartphone que capta TV digital

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O ministro Paulo Bernardo recebeu nesta quarta, 10, um ofício da Abratel, associação que reúne principalmente os radiodifusores filiados e afiliados à rede Record, solicitando que seja dada prioridade à desoneração dos smartphones capazes de captar a TV digital.

“Salientamos que os aparelhos com essa funcionalidade ampliam o acesso da população brasileira ao sinal digital de rádio e televisão, um dos principais objetivos do projeto de TV digital do País”, diz o documento assinado pelo presidente da associação, Luiz Claudio Costa.

O Ministério das Comunicações, contudo, tem dito que o objetivo da desoneração, cujo decreto saiu na última terça, 9, no Diário Oficial da União (DOU), é de fomentar o acesso à banda larga móvel. Para a medida entrar em vigor, ainda precisa ser publicada uma portaria do Minicom com as características técnicas que serão exigidas dos aparelhos. A partir da publicação da portaria, de acordo com recentes declarações de Bernardo, os aparelhos que se enquadram nas características do Minicom já estariam automaticamente desonerados de PIS/Pasep e Cofins, além do IPI.

Fonte: Tela Viva

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abr 11

Paises TVD: EUA preparam-se para próxima geração da TV digital

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Há aproximadamente quatro anos os Estados Unidos terminavam o período de transição da TV analógica para a digital. Hoje, começam a adotar na TV aberta um padrão de transmissão para dispositivos móveis, que atualmente chega a cerca 25 grandes cidades do país. Em três ou quatro anos, o país pode passar por outra grande mudança, com a adoção de um padrão ATSC 3.0. Em debate sobre o futuro da TV aberta que aconteceu no NAB Show 2013, que acontece nesta semana em Las Vegas, Kevin Gage, vice-presidente e CTO da NAB, principal associação de radiodifusores dos EUA, afirmou que o ATSC deve ter as especificações da nova versão do padrão em 2016. A ideia, em princípio, é viabilizar as transmissões para dispositivos móveis e as transmissões em 4K. No entanto, o trabalho desenvolvido é para garantir mais flexibilidade ao padrão. “O 4k é um dos modelos viáveis de negócios, mas não o único. O mais importante é ter uma plataforma que possa se adaptar rapidamente às novas demandas do setor”, disse Gage.

Para Erik Moreno, vice-presidente sênior de desenvolvimento da Fox, começar a trabalhar em padrão 4K é precipitado. “Qual é o modelo de negócios? Nós precisamos conversar nos próximos meses sobre isso. Esta (o modelo de negócios) é a peça mais importante no desenvolvimento da nova TV”, disse o executivo. Moreno lembrou que hoje a radiodifusão conta com dois modelos de negócios, a venda de publicidade e o licenciamento do sinal e do conteúdo (para afiliadas, operadores de TV paga, OTT etc.). “Nós não estamos monetizando o espectro”, disse. Ele lembrou que a Verizon vem trabalhando no desenvolvimento de uma rede híbrida de broadcast/IP para a distribuição de conteúdo móvel. “Isto é bom, eles estão inovando. Nós (o setor de mídia) deveríamos estar fazendo o mesmo. Nós temos que ser mais rápidos que eles”, disse Moreno.

Gage e Moreno concordam que o 4K é importante para a radiodifusão manter sua relevância, frente à concorrência com outras mídias. No entanto, ambos afirmam que, no momento, a transmissão móvel é o recurso mais importante de ser implementado, uma vez que traz uma nova fonte de receita.

Conta

Para Erik Moreno, há um investimento grande a ser feito pela radiodifusão na transição para padrão 3.0 e, segundo ele, é um investimento mandatório. No entanto, há uma parte da conta que ainda não se sabe como será paga. Na transição do analógico para o digital, o dividendo digital garantiu recursos ao governo para subsidiar a compra de caixas receptoras de TV digital para a população de baixa renda. Na atual transição para incluir a capacidade de transmissão para dispositivos móveis, ao ATSC, não há legado. As transmissões no novo padrão são compatíveis com a base instalada de receptores de TV. No entanto, na evolução prevista para acontecer em médio prazo, será necessário interromper as transmissões em um padrão e iniciar as transmissões em outro, sem a possibilidade de usar os dois simultaneamente, uma vez que não há mais espectro disponível.

Fonte: FNDC

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abr 11

TV Analógica: Prazo para desligar TV analógica deve ser ampliado para 2018

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O cronograma de desligamento da TV analógica no Brasil deverá começar em 2015 e se estender até 2018, revelou o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, durante o programa Bom Dia, Ministro, da EBC. Ele explicou que a proposta “é antecipar o início e postergar o fim do desligamento para ampliar o prazo final de implantação da TV digital, inicialmente previsto para 2016, está em análise dentro do governo e requer modificação do decreto que fixou essa data.

“Nós vamos antecipar para 2015 o início do desligamento do sinal analógico, mas em compensação vamos aumentar o prazo até 2018. Ao invés de ser em um ano só, nós vamos fazer em um período de três anos. Precisamos estimular que as pessoas comprem televisão digital, conversor digital. É evidente que nós não podemos desligar o analógico com as pessoas recebendo televisão antiga. Não vai dar certo”, disse Bernardo.

Atualmente, um grupo de trabalho formado por representantes do MiniCom e da Anatel trabalha na elaboração do Plano de Desligamento da Televisão Analógica no Brasil. A previsão é de que o cronograma seja divulgado até o próximo mês. O plano deverá estabelecer que o desligamento do sinal analógico nas grandes cidades será antecipado e começará em 2015.

O objetivo é que essa transição para o sinal digital ocorra até 2018, num processo gradual e planejado, com garantia de cobertura no país inteiro. Além disso, teste-piloto deverá ser feito em uma cidade ainda em 2013 para verificar eventuais falhas. Uma das conseqüências do processo de digitalização da TV no Brasil será a liberação da faixa de 700 MHz para a banda larga. Essa faixa será destinada à implantação da tecnologia de quarta geração, a 4G. Hoje, a freqüência de 700 MHz está ocupada pelos canais de TV aberta que vão do 52 ao 59 em UHF.

Para liberar essa parte do espectro, esses canais terão de ser remanejados. A faixa de 700 MHz já está desocupada em mais de 4,7 mil municípios brasileiros. O impasse está em 885 cidades. Nesses municípios, as TVs analógicas que ocupam os canais 52 a 59 precisam ser desligadas e remanejadas. O cronograma que está sendo feito pelo MiniCom e Anatel vai mostrar em quais cidades o desligamento do canal de TV analógico será obrigatório e como será feita a transferência.

Para que a população seja beneficiada pela TV digital, outra medida também está em estudo pelo governo. A ideia é estimular a recepção do sinal digital por de meio da concessão de um subsídio para que a população de baixa renda adquira o conversor ou uma televisão com o conversor integrado.

Fonte: FNDC

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abr 11

Middleware: Empresas buscam consolidação para aproveitar mercado de middleware para TVs

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Uma movimentação do mercado mostra uma tendência de consolidação das empresas que apostam em middleware para TVs, conforme aponta estudo da ABI Research divulgado nesta sexta-feira, 5. Os indícios são notáveis: recentemente, a Cisco comprou a israelense NDS, enquanto a Arris adquiriu a área Motorola Home, que era do Google. Por outro lado, fortes rumores no mercado afirmam que o Mediaroom Group, da Microsoft, está na mira da Ericsson.

Segundo o estudo, 80% da receita nos mercados de middleware, serviço de acesso condicionado (CAS, na sigla em inglês) e gerenciamento de direitos digitais (DRM) vêm de companhias com soluções fim-a-fim. Os maiores mercados são a Cisco/NDS, Nagra, Microsoft, Motorola Home e Rovi, que juntas representam 70% de participação no setor. A previsão da ABI é de que o mercado de middleware continue em fase de consolidação, com empresas de software e hardware se unindo para oferecer uma abordagem mais orientada a serviços.

Tanto é que os rumores de aquisição do Mediaroom (plataforma utilizada pela solução de IPTV da Telefônica/Vivo e da Oi no Brasil) por parte da Ericsson só ganham força. A companhia sueca anunciou na quinta-feira a criação da divisão de Serviços de Transmissão (Broadcast Services), que aproveita a aquisição da Technicolor no ano passado para criar um portfólio de serviços para “a nova geração de TV anywhere”.

A Ericsson deverá ainda anunciar neste final de semana durante a NAB Show 2013 em Las Vegas, EUA, um contrato com uma rede de TV paga (cabo e DTH) dos Estados Unidos para gerenciar serviços de playout nos países nórdicos e uma solução ponta-a-ponta para TV ao vivo e catchu-up TV. Não há nada oficial em relação a uma possível transação com a Microsoft, mas não seria de se estranhar uma movimentação da empresa nesta direção.

Fonte: Tele Time

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abr 11

TV Digital: TV Digital só chega a 40% dos brasileiros

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Enquanto media a disputa entre teles e radiodifusores pelo dividendo digital, o Ministério das Comunicações avalia que o fim das transmissões analógicas de televisão enfrenta uma dificuldade muito maior: os aparelhos receptores ainda estão longe de alcançar a maioria dos lares brasileiros.

“O acesso de TV digital pelo conjunto da população é um grande desafio. Estimamos que hoje 40% da população tem receptores, tem aparelhos de TV com tecnologia digital, ou tem set top boxes”, afirmou o ministro Paulo Bernardo, ao participar nesta quinta-feira, 4/4, do programa de rádio Bom Dia Ministro.

“Precisamos estimular que as pessoas comprem televisão digital ou comprem conversor digital, porque evidentemente não podemos desligar o analógico com as pessoas recebendo com televisão antiga. Não vai dar certo. A televisão é muito importante e teríamos um problema social sério”, argumentou.

Por isso, Bernardo voltou a um tema que já defendera, mas que aparentemente não avançou no governo: como alavancar as vendas de televisores ou conversores. “Temos que baratear os equipamentos e, em alguns casos, discutimos a possibilidade de o governo subsidiar a compra para facilitar.”

Até para ilustrar o tamanho do problema, o ministro prometeu para este ano o início de testes em algumas cidades do país – ou seja, experiências de desligamento dos sinais analógicos. “Vamos ter testes-piloto este ano. Precisamos garantir que todo mundo tenha equipamento de recepção”, disse.

A dificuldade é um dos motivos para a troca de uma data única de desligamento dos sinais analógicos por um período mais longo. “Estamos com uma proposta já tramitando na Casa Civil e pretendemos despachar com a presidenta Dilma para antecipar para 2015 o início do desligamento do analógico, mas em compensação vamos aumentar o prazo para o final até 2018”, explicou.

 

Fonte: FNDC

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abr 11

Rádio Digital: Posicionamento da Frentecom sobre o rádio digital no Brasil

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A Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito a Comunicação com Participação Popular (Frentecom) divulgou no último dia 27 nota com reflexões e propostas sobre o processo de digitalização do rádio brasileiro. A Fitert integra a Frentecom e reproduz abaixo a nota para conhecimento de toda a categoria, sindicatos filiados e apoiadores da luta pela democratização da comunicação no Brasil.

O Contexto

O Brasil, acompanhando o cenário internacional, está em pleno processo de migração dos serviços de comunicação para o modelo digital. Desde 2006, o país vem implementando o padrão ISDB-TB para a digitalização da televisão. E a partir de 2009, com a publicação da Portaria 209/2010 do Ministério das Comunicações, estabelecendo as diretrizes para a criação de um Sistema Brasileiro de Rádio Digital. A escolha do Governo Federal pelo padrão japonês para a TVD foi realizada sem a participação plena da sociedade civil e beneficiando principalmente os radiodifusores privados. Com ela se perdeu a possibilidade de ampliar o número de atores do sistema público e comunitário de TV, possibilitando uma maior democracia no setor. O desenvolvimento tecnológico nacional previsto foi insuficiente frente as possibilidades. O principal avanço tecnológico nacional incorporado pelo sistema de TV de Digital – o software de interatividade Ginga – ainda é marginalizado dentro da produção industrial, sendo encontrado em poucos televisores fabricados no País.
Diante deste cenário, a FRENTECOM considera necessário e oportuno que o conjunto da sociedade, e em especial o Campo Público da Comunicação, esteja articulado e atuante em torno do debate ora em curso sobre a digitalização do rádio brasileiro.
O fortalecimento da democracia brasileira, por meio da democratização da comunicação, está intrinsecamente ligado aos modelos e padrões de digitalização a serem adotados pelo Brasil. O Sistema de Rádio Digital deve ser escolhido pelo Governo a partir da necessidade real de democratizar as comunicações brasileiras, apontando para a criação de políticas públicas e mudanças legislativas que adequem o sistema de mídia do país às garantias do Direito à Comunicação. A opção tecnológica deve favorecer a consolidação das emissoras públicas e comunitárias, garantindo o acesso à liberdade de expressão, a promoção da diversidade cultural e o direito da população brasileira à informação.

As questões políticas

Havia grande expectativa em torno da formação do Conselho Consultivo do Rádio Digital (CCRD) pelo Ministério das Comunicações, como espaço privilegiado de definição das ações necessárias para a tomada de decisão sobre o padrão da digitalização do rádio brasileiro. Sua convocação se deu em agosto de 2012, e em outubro foi realizada a primeira reunião.
Mas o CCRD apresenta problemas estruturais de falta de mecanismos de participação da sociedade e transparências de seus atos, já apontados, em outras ocasiões, por entidades do campo da comunicação pública e comunitária. A começar por sua composição, que não contemplou setores importantes da sociedade, como a Academia e os trabalhadores de rádio, passando pelas limitações financeiras alegadas pelo Ministério das Comunicações – que não garante a presença dos integrantes do Conselho em suas reuniões ordinárias, onerando entidades comunitárias ou impossibilitando sua efetiva participação. As reuniões não são transmitidas pela internet, ou seja, quem não pode ir à capital federal fica fora do debate. O Ministério das Comunicações criou um espaço em sua página web para divulgar os documentos e permite a presença de ouvintes nas reuniões, mas é preciso mais transparência e participação nas discussões.
Apesar destas dificuldades, e após reuniões nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2012, uma das primeiras conclusões que se pode tirar das discussões do CCRD é que o desenvolvimento da digitalização radiofônica carece indubitavelmente de investimentos em pesquisa e aprimoramentos. Espera-se, sobretudo, que a partir do reconhecimento da necessidade de maior participação nos debates do Conselho, o Ministério das Comunicações promova a ampliação da discussão para todos os setores sociais interessados em contribuir com a decisão final, por meio de audiências e consultas públicas em todas as regiões brasileiras. Nelas, deve-se buscar especialmente a participação dos ouvintes, personagens que mais serão afetados nesse processo.
A FRENTECOM defende a digitalização de todos os serviços existentes na radiodifusão sonora (AM, FM, OM e OT), porque reconhece que estas frequências são importantes para constituir o Sistema Brasileiro de Rádio Digital. Em especial, ressaltamos a importância que as Ondas Curtas têm para a realidade brasileira e para o Sistema de Comunicação Pública, cuja função social nos coloca a tarefa de atender às populações e comunidades isoladas, como as de agricultores/as rurais, quilombolas, ribeirinhos/as, indígenas, extrativistas, que têm nas rádios de ondas curtas, muitas vezes, sua única fonte de informação. Da mesma maneira, destaca-se a importância das rádios comunitárias, presentes em quase todos os municípios brasileiros, e que somam mais 4.400 outorgados pelo Governo Brasileiro. Os avanços trazidos pelo rádio digital só se tornarão conquistas democráticas e cidadãs com a inclusão plena das rádios comunitárias, seja por meio da capacitação de seu pessoal ou do financiamento público para investimentos; mas sobretudo com as devidas mudanças na atual legislação do serviço de radiodifusão comunitária, que hoje cria inúmeros obstáculos à digitalização destas emissoras. O enfrentamento e as soluções para estas questões diminuiriam os abismos criados por uma política de comunicação pautada na imposição dos interesses empresariais. Defendemos, ainda, maiores discussões sobre o conceito de multiprogramação, bem como seu impacto e papel no âmbito do rádio digital.
Assim, a FRENTECOM entende que o processo de digitalização do Rádio brasileiro deve estar a serviço, primordialmente, do aprofundamento da nossa democracia, por meio da diversificação das fontes de informação, de difusão da cultura e da garantia da complementaridade entre os sistemas público, privado e estatal, conforme prevê a Constituição Brasileira.
As mudanças tecnológicas no setor, em si, não irão democratizar o acesso e a produção do rádio. O debate em torno da escolha tecnológica deve se somar ao esforço, já iniciado pela sociedade civil em uma campanha de mobilização nacional, de revisão do marco legal das comunicações, que completou 50 anos em 2012. Só uma modificação legal que garanta os direitos dos cidadãos e cidadãs pode superar os entraves históricos para a democratização e fortalecimento do rádio brasileiro.

Os impactos tecnológicos

A mudança de sistema analógico do rádio para o sistema digital implica alterações
profundas em todas as suas etapas de realização, desde a industrialização das ferramentas de transmissão, produção e captação de sons, à formação de pessoal habilitado para suprir todos os passos de desenvolvimento produtivo, condução tecno-artística destes instrumentos tecnológicos e capacitação financeira das empresas envolvidas.
Em boa parte dos países, inclusive no Brasil, uma destas questões já está equacionada favoravelmente: a produção dos produtos radiofônicos já se faz em ambiente digital. Porém, o mesmo não se dá em relação à transmissão dos sinais e sua respectiva captação que permanecem, ainda, analógicos.
A mudança para o digital é algo a mais do que a justa e esperada alteração tecnológica que permita a convergência de meios; também é questão de novas linguagens, de produção de conteúdo no rádio digital e de construção de sentido.
O que se espera com a digitalização é uma transformação no processo de criação de conteúdos sonoros, aliando novas possibilidades de conjugação de seus elementos à melhoria da qualidade de informação e à criatividade que explore os recursos tecnológicos disponíveis.
No Brasil e na América Latina foram investidos milhões de reais em equipamentos audiovisuais, mas quanto se investiu exclusivamente em áudio, como linguagem plena?
Índices, pesquisas, dados diversos comprovam a penetração e a credibilidade
do rádio como veículo de larga exposição de mensagens em todas as faixas populacionais,
principalmente entre os jovens. É urgente sua utilização como meio propagador de conteúdos
que garanta presença afirmativa entre as diversas audiências. Isso sem contar fatores como o imediatismo, a instantaneidade e o baixo custo que transformam o rádio em um veículo rápido, versátil e acessível.
Deste modo, é importante ressaltar que a escolha do modelo de rádio digital não se esgota com a definição técnica. É necessário refletir sobre as consequências para o uso e serviços que poderão oferecer, especialmente num país continental, cujo perfil é radiofônico (89% dos lares tem ao menos um receptor de rádio), e defender uma decisão que responda às necessidades do público, bem como dos/as radialistas e radiodifusores/as, e que estejam voltadas para a formação cidadã.

Propostas

Com o intuito de contribuir com o debate, a FRENTECOM apresenta alguns tópicos relevantes para que tal decisão esteja alicerçada em bases e diretrizes de acordo com políticas de desenvolvimento social, econômico, político e cultural:

1. É fundamental a realização de mais testes com os sistemas apresentados e a garantia de atendimento das necessidades de um sistema de rádio que amplie a democracia no setor. Não há urgência de tomadas de decisão por afogadilhos. A opção tecnológica deve ser tomada a partir da discussão pública e do compromisso com a democratização do setor;

2. A decisão pelo sistema a ser adotado deve ser baseada em diretrizes tecnológicas passíveis de atualização por atores nacionais dentro do território nacional, sem custos diretos e indiretos quanto ao uso das especificações dos respectivos códigos-fontes;

3. Imersão e acompanhamento dos desenvolvimentos tecnológicos pela Universidade brasileira por meio do estímulo à pesquisa dentro dos centros de pesquisa e escolas de Engenharia e Comunicação, garantindo o acesso ao conhecimento e sua disseminação, garantindo recursos públicos para a realização de pesquisas, usando a experiência da TV Digital, na qual foram investidos R$ 65 milhões do Fisttel – Fundo de Fiscalização das Telecomunicações;

4. Produção dos dispositivos de transmissão e recepção de rádio digital em território brasileiro, de acordo com as normas nacionais para a indústria, usufruindo este ecossistema dos incentivos para a pesquisa e inovação atualmente em vigor no país;

5. Incentivo a programas de capacitação de profissionais e projetos de fomento à criação de formatos e conteúdos sonoros de acordo com as possibilidades tecnológicas oferecidas pelo sistema de rádio digital a ser adotado pelo Brasil, espelhados nos gêneros consagrados e adaptados aos cenários do rádio digital, assim como a possibilidade de se produzirem cópias de músicas e programas pelo ar, respeitando-se os direitos autorais, conexos e propriedade intelectual referentes às obras reproduzidas;

6. Promoção de espaços (centros de referência) e políticas de qualificação da sociedade para a produção e a apropriação das novas possibilidades criadas a partir da digitalização, com foco especial na juventude;

7. Disponibilização, por meio dos bancos de fomento do país, de linhas de crédito para a aquisição de equipamentos pelos radiodifusores privados, públicos, educativos e comunitários, por meio de programas de financiamento direto, repasse ou descentralização. Criação de um programa de desoneração de impostos para a linha de produção voltada a transmissores, receptores e demais aparatos necessários para a digitalização das rádios no país;

8. Adoção de tecnologias sonoras digitais que contemplem todas as faixas de frequência e
tipos de serviço utilizados pelo rádio analógico, como as instituídas em bandas de frequência modulada (FM), amplitude média (AM), ondas curtas (OC) e tropicais (OT);

9. Criação de monitoramento da produção de dispositivos com vistas a atingir patamares de preço condizentes com o perfil aquisitivo da população, bem como garantir a oferta de receptores sonoros básicos que ofereçam os recursos tecnológicos condizentes ao uso das facilidades do modelo digital sonoro, tanto as já existentes quanto as que forem criadas, em relação ao acesso à informação, à cultura e ao entretenimento;

10. Dar continuidade ao CCRD, bem como conferir transparência e divulgação clara dos atos, realizando audiências públicas em todo país. Também deve-se garantir a presença de todos/as representantes do CCRD nas reuniões do Conselho;

11. Incluir a discussão sobre o Operador de Rede Pública para TV Digital, a fim de avaliar as possibilidades de ampliar seu escopo para os veículos públicos e comunitários de rádio, garantindo assim uma infraestrutura comum para a digitalização dessas emissoras;

12. Criação de um novo plano de outorgas que garanta que a digitalização das emissoras de rádios favoreça a entrada de novos atores públicos e comunitários, fortalecendo o Sistema Público de Comunicação previsto na Constituição.

Fonte: FNDC

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