jun 02

Interatividade: Interatividade plena na TV Digital custaria mais R$ 15 por conversor

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Nas contas da Empresa Brasil de Comunicação, EBC, falta pouco dinheiro – dentro dos valores destinados à digitalização – para garantir canal de retorno aos conversores que serão distribuídos aos brasileiros mais pobres. Para incluir acesso 3G nos equipamentos, haveria um adicional de R$ 15 em cada um, ou um total de R$ 200 milhões.

“Para que tenha um canal de retorno para que a interatividade possa ser plena, para que tenham acesso à mesma rede de internet que a população mais rica e a classe média terá, ainda estão faltando cerca de R$ 15 por caixinha, ou cerca de R$ 200 milhões. Os recursos existem. Estão depositados em juízo pelas operadoras de telecom, mais de R$ 1,5 bi em uma conta na Caixa Econômica”, diz o presidente da EBC, Nelson Breve.

O valor representa pouco mais de 5% dos R$ 3,6 bilhões de orçamento total da Entidade Administradora da Digitalização, a empresa formada pelas teles móveis para financiar e operacionalizar a distribuição de antenas e conversores aos beneficiários do Bolsa Família, além de contratar a publicidade e a pesquisa que vai medir quantos domicílios têm acesso à TV Digital – a meta mínima é 93%.

Emissoras comerciais e as operadoras móveis, no entanto, resistem a essa ideia. O próprio governo, que prometeu interatividade plena nos conversores, concordou com a escolha de aparelhos que não terão canal de retorno. Em nome de que sobrem recursos para publicidade e pesquisa, e que nada ameace uma transição dentro dos R$ 3,6 bilhões, optou-se por interatividade restrita.

A questão, tratada em audiência realizada nesta terça-feira, 2/6, pelo Senado, teve reação nada surpreendente do presidente da EAD, Antonio Carlos Martelleto. Ele, que praticamente não se pronunciou, o fez para sublinhar que “embora seja um orçamento grande, dependendo do que a gente planejar terá consequência para o objetivo final, que é o desligamento da TV analógica até o final de 2018”.

Não por menos, o grupo de implementação da digitalização, ou Gired, definiu que o conversor dos mais pobres custará cerca de US$ 30, quase R$ 100 hoje. No todo, consumindo pouco mais de um terço do orçamento da EAD. É aí que a EBC calcula que incluir o canal de retorno, via modem 3G, custaria US$ 5 a mais. Levaria o custo dos conversores de algo como R$ 1,3 bilhão para R$ 1,5 bilhão.

Ao dizer que os recursos existem, a EBC remete ao Fundo de Contribuição para o Fomento da Radiodifusão Pública, previsto na Lei 11.652/08. Não é um tributo adicional, mas a reserva de 5% do que as teles já pagam anualmente de Fistel. Mas ao discordar de financiar a TV pública, lutam na Justiça desde 2009 contra o pagamento – e desde então fazem o depósito em juízo.

Fonte: Convergência Digital

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jun 02

Obrigatoriedade: Novo PPB de TV com tela de LCD mantém exigência do Ginga em 90% dos aparelhos fabricados

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O Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) alterou o Processo Produtivo Básico (PPB) para fabricação de televisores com telas de LCD. Pela nova norma, publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira, 1º, os aparelhos deverão incorporar a capacidade de recepção de sinais digitais de acordo com as normas técnicas aprovadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para o Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre (SBTVD-T). Em no mínimo 90% das TVs produzidas deverá ser incorporada a capacidade de executar aplicações interativas radiodifundidas, de acordo com as Normas ABNT, tomando-se por base a quantidade total produzida.

Todos os modelos de televisores que disponibilizarem suporte à conectividade IP e que implementem o middleware interativo (Ginga) deverão garantir o acesso das aplicações interativas aos canais de comunicação. O recurso deverá vir instalado, pré-configurado e habilitado de fábrica. Porém, não se exige a interatividade full em todos os aparelhos.

A norma determina também que 20% dos circuitos impressos com funções específicas de processamento central (placas-mãe) terão que ser fabricados no país. Até o ano passado, esse percentual era de 12,5%. Para os demais circuitos impressos que não tenham funções de processamento central, o percentual para este ano é de 25%, tomando-se por base o total de placas utilizadas em todos os modelos de televisores, exceto placas-mãe, no período.

A partir de 1º de janeiro de 2016 25% dos circuitos impressos com funções específicas de processamento central (placas-mãe) terão que ser fabricados no Brasil, tomando-se por base o total de placas-mãe utilizadas em todos os modelos de televisores, no ano-calendário. Para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, a alteração do PPB é mais um ajuste das condições de mercado.

Fonte: Tela Viva

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abr 29

SET-TOP-BOX: GIRED ADIA DECISÃO SOBRE CONVERSOR DIGITAL PARA 15 DE MAIO

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A decisão seria tomada hoje, mas foi atropelada pela posição do governo, expressa pelo Ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, que quer “interatividade máxima” na caixinha. As teles e a radiodifusão queriam “interatividade mínima”.

O Gired – Grupo de implantação da TV digital – decidiu adiar para o dia 15 de maio a decisão sobre como será a especificação do conversor da TV digital que será distribuído para as 14 milhões de cadastradas no Bolsa Família. A decisão seria tomada hoje, mas foi atropelada pela posição do ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, que, na Câmara dos Deputados, disse que o governo quer o conversor com a interatividade máxima, com canal de retorno, e Ginga C.

Segundo o conselheiro da Anatel,Rodrigo Zerbone, o grupo – que é formado por representantes da operadoras de telecomunicações, por radiodifusores e por técnicos da agência – decidiu adiar a decisão sobre a caixinha que será comprada porque “são muitas as especificações técnicas e não houve tempo hábil para a tomada de decisão”. Conforme o conselheiro, o Gired busca tomar suas decisões com base no consenso, mas se ele não for conquistado até a reunião do dia 15, o governo irá tomar a decisão.

Ele salientou que, mesmo que a especificação do conversor descrita pelo ministro seja a palavra final, o grupo técnico precisa estabelecer os requisitos para o funcionamento deste conversor. “Mesmo se for definido o Ginga C, é preciso saber qual é a memória que será instalada no conversor, por exemplo”, assinalou. O conselheiro disse ainda que algumas pessoas do grupo consideram que o Ginga C – que permite o maior grau de interatividade – não é uma tecnologia madura e poderá trazer problemas para a recepção dos sinais de TV.

Zerbone lembrou que o Gired – que tem R$ 3,6 bilhões para a aquisição dos conversores, para a limpeza da faixa de frequência para a banda larga móvel e para a veiculação publicitária sobre o desligamento do sinal analógico de TV – trabalha com a perspectiva de gastar apenas este montante com todo o processo de transição da TV analógica para digital.

“ O governo não vai pagar mais nada. Já pagou R$ 3,6 bilhões, que iam entrar para o Tesouro e vai para o processo de TV digital. O governo abriu mão do dinheiro e tem o compromisso de não ultrapassar o valor. Se, por acaso, mesmo com todas as precauções, este teto for ultrapassado, o edital é claro: as empresas de telecom é que terão que colocar mais dinheiro” , afirmou Zerbone, referindo-se ao leilão de 700 MHz, quando o edital previa que do total a ser arrecadado com a venda da frequência de 4G, uma parte seria deslocada para financiar o desligamento da TV analógica aberta.

Observou que o impacto financeiro dos conversores, de qualquer forma, só será maior em 2018, já que em 2016 e 2017 as cidades atingidas com o swith off da TV não alcançarão mais do que 2 milhões de famílias de baixa renda.

Pesquisa

Mas se o Gired adiou a decisão sobre o conversor, outras decisões importantes foram tomadas. Entre elas, para o atendimento da meta de 93% da população atendida com TV digital antes de ocorrer o desligamento da TV analógica, a pesquisa será feita entre os que têm TV aberta terrestre, os que têm TV por assinatura, TV por satélite concomitantemente à TV aberta. Não serão computados neste cálculo aqueles que têm exclusivamente a TV paga ou a parabólica.

“A pesquisa da região do desligamento na amostra deve identificar se 93% das pessoas que assistem a TV terrestre são capazes de assistir a TV digital”, salienta Zerbone. Segundo o conselheiro, se a Anatel decidir pelo conversor híbrido de TV DTH (que obriga a instalação de antenas para a recepção de todos os canais da TV aberta), esses usuários serão somados àqueles que deverão constar da base dos 93% a serem atendidos com a TV digital, pois também estarão assistindo à TV aberta terrestre.

Antenas e Filtros

O Gired decidiu hoje também que todas as antenas internas a serem compradas para o Bolsa Família terão que ter capacidade de receber os sinais UHF e as antenas externas, os sinas UHF e VHF. Segundo a agência, existem mais de oito fornecedores no Brasil que podem vender essas antenas.

Foi definida também a especificação técnica do filtro que será usado para evitar a interferência entre os serviços. Para este filtro, o grupo identificou sete fornecedores . Já para o conversor, existem mais de 10 fornecedores para o modelo mais simples. A próxima reunião ordinária do Gired está marcada para o dia 27 de maio.

Fonte: Tele Síntese

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abr 26

Interatividade: A oportunidade do Bolsa Família digital

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Foto

Se a presidente Dilma Rousseff precisa de uma bandeira nova, inclusiva, moderna, tem à mão o melhor programa possível, a TV digital, desde que corretamente encaminhado.

No dia 29 de abril próximo o Gired (Grupo de Implantação do Processo de Redistribuição e Digitalização de Canais de TV e RTV) vai decidir os rumos da faixa de 700 MHz e iniciar a transição para a TV Digital.

Dependendo do modelo que for adotada, ou se manterá o passado suspenso em formol, ou se criarão zonas de exclusão pagas ou se terá um Bolsa Família para atender um dos direitos inalienáveis: o direito à informação.

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Todo o embate se dá em torno do set-top box, a caixinha com o conversor do sinal analógico para o digital. Sem ele, não haverá como assistir TV digital.

O modelo pretendido pelos ativistas digitais é o set-top box com o sistema operacional Ginga e com recursos de interatividade.

O país já gastou R$ 60 milhões em investimentos de Pesquisa e Desenvolvimento do sistema Ginga – um software desenvolvido pela Universidade Federal da Paraíba e pela PUC do Rio e aprovado pela UIT. A grande vantagem do software é permitir e interação entre o usuário e a emissora.

O vergonhoso ex-Ministro das Comunicações Paulo Bernardo segurou o projeto.

A presidente argentina Cristina Kirchner se apropriou do Ginga brasileiro – que é em código aberto -, desenvolveu o Ginga.ar, versão argentina e montou o Argentina Conecta, o maior programa de inclusão digital do mundo.

***

Agora, tem-se a oportunidade de retomar.

Por baixo, há dois modelos de negócio em jogo.

As empresas de telefonia defendem o modelo da Smart TV, ligado à tecnologia IP (da Internet). Vencendo, acaba a TV aberta.

Hoje em dia, aliás, Google, Yahoo e Netflix vem comprando pequenas emissoras de TV para explorar a broadcast. O custo de transmissão cai de 39 dólares do cabo para outro de 6 dólares da broadcats -a faixa de ondas da TV aberta.

As emissoras relutam em abrir mão da comodidade do modelo atual, mesmo sabendo que tem os dias contados. Vão se escorar no BV (Bônus de Veiculação) até o fim de seus dias, que promete ser próximo.

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Toda a questão do set-top box gira em torno do público sem acesso à TV a cabo, especialmente das 21 milhões de famílias integrantes do cadastro único – 14 milhões do Bolsa Família e 7 milhões dos demais programas. Elas receberão o set-up box financiado com recursos das teles – dentro do acordo de venda do espaço.

Para as emissoras, interessa o set-up básico, que se limitará a mudar o sinal de analógico para digital, preservando seu modelo em formol.

Para as teles, interessa também o básico, porque fica mais barato e porque bastará um programa amplo de colocar o modem DTH (Direct to Home) – padrão de tecnologia de dados via satélite – para controlarem o mercado e darem adeus para a TV aberta.

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Com o Ginga, os usuários poderão acessar serviços públicos, procurar emprego, ter acesso à marcação de consulta, à sua conta bancária, ao seu cartão social, serem consultados por pesquisas do IBGE, emitir sua opinião sobre temas de interesse público.

Já existem experiências concretas em bairros de Brasília, tocados pela TV Brasil.

A bola está com Dilma e o gol escancarado. Basta chutar.

Fonte: Luis Nassif Online

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abr 20

Campanha: Participe da campanha #InteratividadeSim e garanta a interatividade e multiprogramação #‎InteratividadenasTVsPúblicas‬

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População de baixa renda pode ficar fora da interatividade na TV

No dia 29 de abril, em Brasília, o GIRED (Grupo de Implantação do Processo de Redistribuição e Digitalização de Canais de TV e RTV) irá definir o modelo dos conversores digitais que serão distribuídos para aos 14 milhões de família beneficiárias do programa Bolsa Família. Essa decisão pode acabar com o futuro da interatividade e da multiprogramação para TV digital no Brasil. Isso porque as empresas de radiodifusão e de telefonia querem escolher de uma caixa de conversão mais barata, deixando de fora o grande diferencial da TV digital desenvolvida no Brasil: o uso da interatividade gratuita através do controle remoto e a multiprogramação. Essas características da TV Digital brasileira podem ajudar a incluir, via aparelho de televisão, cerca de 60 milhões de brasileiros de baixa renda que não tem acesso a internet, mas possuem um aparelho de TV e sabem usar o controle remoto.

Quais as vantagens da interatividade na TV?
Através do middleware Ginga, sistema desenvolvido no Brasil em código aberto, acoplado dentro da caixa de conversão para o sinal digital, as famílias podem receber informações sobre diferentes questões, inclusive ter um canal de serviços públicos através da multiprogramação. Essas informações podem ser dados atualizados diariamente sobre oferta de empregos sem sair de casa, marcar consultas no SUS sem ficar na fila, fazer cursos pela televisão, pagar contas em bancos públicos, enviar informações (a partir do controle remoto) para receber benefícios de saúde, aposentadoria, direitos da mulher, etc.

Com a multiprogramação nas TVs públicas, pode aumentar o número de canais disponíveis gratuitamente. Já pensou ter um canal só de esportes, um canal só de cinema brasileiro e latino-americano, um canal só de notícias, sem precisar pagar nada por isso? Aumenta a programação, a diversidade e também a demanda por profissionais de comunicação.
Além disso… Em coletiva de imprensa realizada na 3ª feira, dia 07/04, o conselheiro da Anatel e presidente do GIRED, Rodrigo Zerbone afirmou que a compra dos conversores servirá como meio de aquecer a oferta de conversores no mercado. Ou seja, a definição do padrão de interatividade não afetará somente a população de baixa renda, mas também a oferta e preço de conversores disponíveis no mercado para todos os lares que precisarão adaptar seu televisor para receber o sinal de TV digital.
Isso tudo só será possível SE no dia 29 de abril a GIRED decidir pelos conversores que permitem a interatividade.

Po isso peço que entrem na campanha ‪#‎InteratividadeSIM‬ – Se você quer a interatividade nas caixas de conversão para a TV digital participe da campanha e garanta a multiprogramação e ‪#‎InteratividadenasTVsPúblicas‬
Formas de Participação

  1. Use as Hagtags #InteratividadeSIM e #InteratividadeNasTVsPúblicas diariamente até o dia 29 de abril;
  2. Divulgue na sua cidade e estado a importância da interatividade na TV digital pública;
  3. Faça Selfie com um cartaz de apoio e poste em todas redes sociais #InteratividadeSIM #InteratividadenasTVsPúblicas ;
  4. Faça um filme curto dizendo porque você apóia a TV digital poste em todas redes sociais;
  5. Acione os deputados e senadores do seu Estado e peça apoio a caixa de conversão com interatividade na TV digital;
  6. Converse com artistas que você conhece e peça apoio através de fotos, vídeos curtos e peça pra postarem em todas as redes sociais;
  7. Converse e discuta sobre isso na sua associação de classe, sindicato ou federação. Peça pros dirigentes fazerem fotos e/ou vídeo e postarem nas redes sociais. Use as hagtags #InteratividadeSim e #InteratividadeNasTVsPúblicas ;
  8. Multiplique essa informação entre os formadores de opinião que você conhece e/ou admira;
  9. Mande mails e cartas para o Ministro Berzoini, das Comunicações e para o presidente do GIRED, Rodrigo Zerbone, na Anatel pedindo pela; interatividade e pela multiprogramação, conforme rege o decreto 5820 de criação da TV digital no Brasil.;
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mar 27

TV Digital: Teles e TVs comerciais pressionam por conversor mais barato

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Na disputa pelo modelo de televisão digital, oito modelos de conversores serão cotados junto a fornecedores ao longo do próximo mês. Um deles será escolhido por teles, emissoras de TV e governo para ser distribuído a 14 milhões de famílias – e vai indicar na prática o quanto os brasileiros mais pobres conhecerão de interatividade no novo sistema de televisão aberta.

“Partimos da especificação mais básica, que minimamente respeita a Portaria [481/14, do Minicom] e possibilita que o consumidor utilize sem precisar comprar mais nada e vamos até o modelo mais completo de Ginga, passando por vários intermediários”, explica o conselheiro da Anatel Rodrigo Zerbone, que presidente o grupo de implementação da digitalização, o Gired.

Por básico, entenda-se um set top box que faz pouco mais que traduzir a transmissão digital de TV mesmo para televisores analógicos. No jargão dos engenheiros de televisão, é a especificação “B” do Fórum Brasileiro de TV Digital. O próprio Zerbone reconhece que ele só garante “uma interatividade limitada”. E de tão básico o modelo a ser cotado não terá canal de retorno.

Podia ser ainda menos. As operadoras móveis trouxeram para a reunião do Gired nesta quarta-feira, 25/03, a tentativa de que fossem cotados mesmo modelos que não atendem nem as especificações mínimas. A ideia era ter o preço mais barato possível, ainda que o conversor não tivesse entrada USB ou mesmo botão de liga/desliga – nem mesmo pilhas no controle remoto.

Na prática, o que se viu no Gired foi uma união de interesses das operadoras móveis e os radiodifusores comerciais. As teles querem que os custos mais baixos, pois são elas que pagam a conta e têm como principal (único até) interesse o desligamento dos sinais analógicos de TV para poderem usar a faixa de 700 MHz para vender 4G.

Já as tevês comerciais, que pouco apostaram na interatividade, também querem um conversor simples. O preço é importante, pois não pode haver risco de faltar dinheiro para os anúncios sobre a migração (que até aqui estão estimados em algo perto de R$ 130 milhões). Mais importante ainda é evitar que a televisão abra uma oportunidade de mercado para as teles, via canal de retorno.

Não por menos a defesa de que os conversores precisam ser mais completos é praticamente limitada à televisão pública,  tanto via TV Brasil, do Executivo, como pelas emissoras do Legislativo, TVs Câmara e Senado. A ideia é que com uso de melhores recursos – leia-se, um Ginga mais robusto – serviços públicos, financeiros, informações, aplicativos em geral, poderão ser acessados pela TV.

Pouco apareceu de custos até aqui. A radiodifusão comercial acredita que o conversor “B” ficará por volta de R$ 70 a unidade. Essa conta, no entanto, parece muito ligada ao interesse de que os conversores não ultrapassem R$ 1 bilhão – dos R$ 3,6 bilhões destinados para a migração. Tampouco há indicações claras de quanto custaria a distribuição aos 14 milhões de beneficiários do Bolsa Família.

Tudo indica que ao contrário dessa escassez de dados, a próxima reunião do Gired – prevista para 29 de abril – seja mais complicada exatamente pela diversidade de cotações e de interesses. “Será a reunião mais difícil, tanto que já pedi para que reservem na agenda um dia a mais para os representantes ficarem em Brasília”, confessa Rodrigo Zerbone.

Fonte: Convergência Digital

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mar 19

Receptor: Governo solta na próxima semana especificação dos receptores; serviços de e-Gov podem ser incluídos

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ReceptorO Gired (Grupo de Implementação da TV Digital) deve fechar, na próxima semana, as especificações de referência da caixa de recepção dos sinais de TV que será distribuída aos beneficiários do Bolsa Família no processo de digitalização da TV analógica, que começa no final deste ano e vai até 2018. As especificações serão passadas à EAD (Entidade Administradora da Digitalização, uma empresa administrada pelas teles), para que então seja aberta a chamada de propostas (RFP) junto ao mercado de fabricantes de equipamentos. Na verdade, o grupo técnico que cuida da dessa especificação não pedirá apenas uma RFP, mas sim quatro. Uma com as especificações recomendadas pelos radiodifusores comerciais, outra com as especificações recomendadas pelas empresas de telecomunicações e duas com as especificações das emissoras do campo público e do próprio governo. A essas propostas serão ainda incluídas variações que envolvem o canal de retorno das caixas.

Segundo apurou este noticiário junto ao Gired, não existe nenhuma definição, ainda, sobre qual delas será a caixa escolhida. Segundo um participante do grupo, depois de recebidas as propostas, especialmente a proposta de preço, será feita a análise dos custos e dos benefícios de cada uma e a decisão será tomada. Isso inclui, por exemplo, a questão da capacidade de interatividade das caixas, já que modelos mais simples (e mais baratos) poderiam inviabilizar aplicações interativas mais complexas (baseadas no Ginga C, por exemplo) e mesmo interatividade com canal de retorno, o que requer um modem.

A ideia é que as propostas comerciais possam ser analisadas até o final de abril, quando então será tomada a decisão sobre que caixa e quais recursos serão adotados em função do orçamento disponível, do prazo a ser cumprido e das políticas governamentais que forem definidas no nível ministerial (essa função não cabe ao Gired). A EAD escolherá, então, os fornecedores.

Parceria com o MDS

Sabe-se que as empresas de telecomunicações estão optando, em suas recomendações, por modelos mais simples, assim como os radiodifusores comerciais, para não adicionar complexidade ao processo, correr o risco de atrasar o cronograma e estourar os custos.

Conforme apurou este noticiário, o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), responsável pela administração do Bolsa Família, e o Ministério das Comunicações estão negociando a introdução de alguns conteúdos de governo eletrônico para os 14 milhões de beneficiários que receberão as caixas. Entre os serviços estariam comunicação sobre os benefícios, serviços de utilidade pública, ofertas de emprego etc. Seriam recursos simples, para evitar adicionar complexidade à caixa.

Mas, a depender das variações de custo, não está descartada nem mesmo a possibilidade de que o MDS entre com recursos financeiros, ampliando o orçamento da compra da EAD, para que as caixas passem a ter maior capacidade de processamento e interatividade e tenham mais conteúdo de interesse do governo. Pesam contra essa estratégia, contudo, o prazo apertado (a digitalização precisa começar já no ano que vem), a variação do dólar e a limitação orçamentária do governo para esse ano, agravada pelo ajuste fiscal. Para “turbinar” as 14 milhões de caixas estima-se que seriam necessários mais R$ 1 bilhão, pelo menos. Hoje, a estimativa preliminar é que as caixas custariam, no modelo mais simples, perto de R$ 1,7 bilhão FOB. O orçamento total da EAD, o que inclui todas as suas atividades e a logística de instalação das caixas, atendimento e divulgação, é de R$ 3,6 bilhões.

Fonte: Tela Viva

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mar 18

TV Digital: TV Digital terrestre, mudando para ficar – Com Andre Barbosa

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A “caixinha” a ser distribuída para a população do Bolsa Família precisa vir com o Ginga C, pois “caixinha” não é só para TV, é uma integradora, convergente, para que esse público enorme, que ainda não tem a possibilidade de receber fibra óptica ou internet fixa, possa usar o canal de retorno por 3G ou 4G para ter acesso à web. Ao mesmo tempo, apresenta um novo modelo de negócio, uma nova fonte de renda para a radiodifusão.

Andre Barbosa Filho

A Televisão Digital Terrestre nunca foi utilizada no mundo em sua potencialidade, razão pela qual suas facilidades foram apresentadas ao público apenas parcialmente, ou mesmo “engavetadas” pela indústria de equipamentos eletroeletrônicos de recepção.

A razão da portabilidade, multiprogramação, interatividade com canal de retorno no ambiente da TVD não ter sido explorada a contento pode ser explicada por vários fatores, mas um se destaca por ser, ao certo, a raiz da questão: a avassaladora penetração da Rede Mundial (www) e todas as suas incríveis ofertas de acesso à informação.

Apesar do fato concreto apresentar um cenário transformador, neste inicio do século 21, onde a disseminação da Internet de alta velocidade passa a ocupar o protagonismo entre as redes de distribuição de conteúdos, dois fatores fundamentais explicam porque este reinado não está, de modo algum, implantado e consolidado em todas as diferentes sociedades.

O primeiro, claro, diz respeito à infraestrutura, que permite a oferta e o acesso a Internet Banda Larga em todo planeta, mostrando-se escalável apenas onde há renda per capita e garantia de retorno do investimento. Nas regiões onde existem grandes bolsões de pobreza, o progresso chega devagar e para poucos, numa perversa construção que leva à formação de contingentes de bilhões de excluídos do cenário Web.

Em seguida, o próprio modelo econômico de entrega de conteúdos audiovisuais bidirecionais proposto pela tecnologia em IP (Internet Protocol), que privilegia a retribuição econômica pelo cidadão ao acesso da informação, com a expectativa de monetizar e remunerar cada segmento da cadeia de produção destes conteúdos, desde os produtores aos empacotadores e distribuidores.

Assim, o que era uma oferta gratuita de acesso (ou uma gratuidade indireta, pois o preço desta oferta estaria embutido no produto vendido ao consumidor) passa a ser diretamente pago pelo cidadão.

Nos Estados Unidos, um fenômeno de comportamento que atendam necessidades atemporais de uso dos dispositivos vem sendo objeto de atenção do setor de informação e comunicação: o “cord-cutting”. Este fenômeno designa a migração expressiva de assinaturas das modalidades de TV paga com grade fixa para os novos serviços dos portais “on demand”, ou seja, sem que os espectadores sejam obrigados a atender a horários fixos de transmissão da programação, criando assim, a cultura por demanda.

Esta dinâmica, que vem sendo utilizada por um número cada vez maior de pessoas em todo mundo, gera um cisão no interesse de uso entre grades fixas de programação -modelo usual da TV aberta e gratuita -, como também da TV a Cabo ou por Satélite. Surgem os formatos OTT ( Over the Top ) e VOD ( Video on demand ), onde os conteúdos audiovisuais são transmitidos pelas redes de telecomunicações e ofertados em portais multi-tela, e se pode escolher assistir, a qualquer tempo, o filme, série ou programa favorito. Os números atuais têm mostrado que os modelos OTT e VOD têm sido preferidos, em detrimento dos serviços de cabo ou satélite.

OTT - Over The Top

O mesmo não se da com a TV Terrestre, aberta e gratuita. Dados recentes de agências de pesquisa como Nielsen e Gallup mostram que, em 2014, a audiência deste modelo gratuito cresceu de 9% para 17%, com crescimento real de 90%. Por que? Por que se utiliza da plataforma gratuita da radiodifusão para transmissão de programações AO VIVO.

Podemos dizer que os que têm a banda larga na porta de casa vêm escolhendo, dentre as inúmeras ofertas disponíveis, as mais econômicas e que lhes satisfaçam. Quem não tem banda larga ( cerca de 4,6 bilhões de pessoas em todo o mundo ), têm na comunicação por radiodifusão, rádio e TV abertas, o único modo de conhecer o que se passa, instruir-se e divertir-se.

A este cenário se poderia somar outro, o da disruptura. Um fator que coloca conceitos como economia de escala e processos de cauda longa em xeque, pressionados pelas formas e características da economia por nichos, posição mandatória do consumidor e oferta de dispositivos customizados.

Gráfico Artigo
A TV Terrestre Digital vem chegando lentamente, vencendo preconceitos e lutando com suas próprias vísceras por tornar-se o que, potencialmente, já o é: uma plataforma moderna, com facilidades que devem se ombrear a outras congêneres digitais, desde que vista pelo Poder Público e pela Sociedade uma estrutura de informação que chega gratuitamente aos lares, e que a torna competitiva.

E a convergência de mídias, rapidamente, o que é?

A convergência das mídias surge simultaneamente com a revolução digital, que nasceu com a cultura do computador como um “mediador da comunicação”. Desde o “Videotexto”, uma espécie de “Idade da Pedra da internet”, quando a linguagem verbal saltou do papel para a tela eletrônica, o computador passa a absorver outros sistemas de linguagem , traduz numericamente e  devolve para nossos olhos na tela na sua forma original.

Isso é chamado de convergência das mídias, ou seja, é quando tudo converge para o computador, somada à capacidade que a máquina tem de nos devolver essas linguagens como elas são originalmente.

Jenkins (2006) afirma que esta convergência de linguagens, por sua vez, chega munida de poderes que poderão revolucionar as ideias, o pensamento, o comportamento e a criatividade artística, tanto por parte do produtor quanto do receptor, que nesse momento também se hibridiza em sua relação com a obra, pois passa a ser ao mesmo tempo construtor, executor, emissor e receptor do projeto artístico. Lembrem-se disto: a convergência refere-se a um processo, não a um ponto final.

E pensando na convergência como processo:

A TV Digital para a inclusão sociodigital

A publicação da Portaria nº 481, 9 de julho de 2014[1], que determinou a distribuição de conversores e antenas digitais a todos os beneficiários do Bolsa Família do país, deu contorno às especificações mínimas para o conversor digital. Deixou,porém, indeterminados temas como a instalação dos equipamentos nos domicílios do Bolsa Família e a porta HDMI, cuja importância para atender as TVs analógicas ou digitais sem conversor embutido – manufaturadas de 2008 a 2011 – é reconhecida pela própria indústria de recepção. Além do mais, não existem hoje conversores a disposição do mercado que não contenham este input HDMI presente mesmo nos zappers, sem middleware, só com processadores de áudio e vídeo. Com o HDMI, a TV aberta garante qualidade superior de resolução de imagem e vídeo; melhor, inclusive, do que o oferecido pelo DVB-S na TV a cabo.

O conversor com Ginga C que será distribuído para inscritos no Bolsa Família poderá criar, até mesmo, a possibilidade de levar a banda larga para pessoas carentes usando a transmissão pela TV, com controle total pela radiodifusão. E todos poderão ganhar com isso. Basta estabelecer modelos de negócios compatíveis com a renda dessas famílias. A “caixinha” não é só para TV, é uma integradora, convergente, para que esse público enorme, que ainda não tem a possibilidade de receber fibra óptica ou internet fixa, possa usar o canal de retorno por 3G ou 4G para ter acesso à web. Ao mesmo tempo, apresenta um novo modelo de negócio, uma nova fonte de renda para a radiodifusão.

A base de tudo isso está no desenvolvimento do Ginga completo, o Ginga Full, pois o que foi proposto inicialmente quando de sua inclusão nas normas UIT-R não foi discutido como possibilidade real, passível de normalização pela ABNT. A indústria de recepção fatiou estes protocolos e colocou como regra opcional o Ginga 1.0. Assim se privilegiou a TV conectada, ao contrário dos princípios do SBTVD no sentido de trabalhar para trazer, e assegurar, dentre outros, os benefícios da interatividade.

Agora, o advento do apagão, somado à oportunidade de acesso aos recursos advindos do Edital de venda do espectro de 698 a 806 MHz, sugere a oportunidade de uso do chamado de Ginga C ou 3.0, privilegiando os serviços públicos. O Ginga C tem alguns protocolos que permitem a interatividade, vídeos dinâmicos e uma série de leituras de mídias previstas para utilizarem a linguagem IP convergida com a BTS (Broadcast Transport Streaming), linguagem específica para transporte audiovisual pela Televisão.

Notícias recém chegadas do grande mercado tecnológico do mundo, os EUA, dão conta que o broadcasting está sendo visto atualmente de outra forma, não só como a televisão linear do modelo em vigor, mas usado para convergir com outras formas de plataformas digitais.

Para o panorama brasileiro faltava desenvolver um teste de conceito e a empresa pública de comunicação pública, EBC, o fez através do projeto “Brasil 4D”. Inicialmente, em 2013, em João Pessoa, na Paraíba, onde instalou-se conversores e antenas externas de recepção em 100 residências de beneficiários do programa “Bolsa Família” para o acesso a aplicativos audiovisuais ( HTML + BTS) sobre saúde, emprego, educação, aconselhamento financeiro, etc., com apoio de doze empresas privadas, três universidades, emissoras públicas, entidades do governo federal, municipal e do Banco Mundial.

O projeto foi objeto de pesquisa do Banco Mundial[1] que comprovou a eficácia da TVDi para a inclusão sociodigital, quando, após apenas 1 mês de uso:

• 72% dos entrevistados aprenderam a usar a TVDi;

• 64% perceberam redução de gastos com transporte e economia de tempo;

2% tiveram aumento real de renda;

E, segundo estudo da UNICAMP, a projeção de economia doméstica para um público potencial de 14 milhões de famílias beneficiadas, ao longo de 10 anos, é da ordem de R$ 7 milhões. Desde 2014 esta se testando esses conversores junto a beneficiários do Bolsa Família de Samambaia, periferia do Distrito Federal,  com inovação na linguagem e entrada de conteúdos de serviços criptografados, como o acesso a conta bancária.

O perfil técnico da “caixinha” a ser adotada para os beneficiários do Bolsa Família prevê um hardware com porta USB externa para fazer conexão 3G (chip não incluído), com cachê de memória suficiente para reduzir a latência, possibilidade de colocar memória flash de 256 K e cartão de memória de até 16 Giga (não incluído), na perspectiva de se colocar um número maior de aplicativos, com a atualização remota, pelo ar, dos dados e vídeos. Ou seja, você carrega os vídeos de madrugada e os vídeos anteriores ou desaparecem ou irão para um repositório em nuvem (na tela existira um aplicativo para abrir essa nuvem e ter acesso à lista de aplicativos fora do carroussel de dados. Os novos ficarão embarcados no carroussel e disponíveis no memory card.) O conversor passa a ter uma configuração similar a dos smartphones, PCs e outros equipamentos de informática.

Para produção do hardware há várias empresas interessadas. Recentemente, a Anatel reuniu cerca de sete empresas, nacionais e estrangeiras, para conversar. O Fórum SBTVD fez o mesmo: 28 empresas participaram. Por outro lado, a antena interna apresenta um grande risco de interferências, especialmente com o sinal 4G/LTE. A antena externa, em escala, vai ficar muito barata e, conforme se verificou nos testes do programa Brasil 4D, mostrou-se eficaz para a migração analógico-digital.

Esse cenário coloca a TV aberta no mundo digital, com modelo de negócio convergente. Isso não tinha sido feito isso até agora no mundo, porque todos optaram por fazer o procedimento interativo por meio de IP. Foi o Brasil, junto com esse grupo todo, EBC, Harris, D-Link, Totvs, MecTronica, Spinner, Ebcom, Intacto, Oi e Ei-TV!, universidades e tantos outros que participaram desse projeto, que iniciaram esse movimento.

Paralelamente, a Anatel ficou de conversar sobre conexão com as operadoras, para que o chip de dados, que já existe no mercado, possa ter um preço acessível, a ser pago pelo próprio consumidor, seja por meio de uma política de contrapartida ou de política pública. O beneficiário do Bolsa Família teria um pacote de dados franqueado mas, se ultrapassasse essa franquia, teria condições de arcar com um valor reduzido. Isso é uma coisa que precisa ser estudada, para garantir que esse conversor possa ser mais um canal de inclusão digital.

A questão é saber sobre a implantação do protocolo 3.0 do Ginga e saber se essa implantação será pública, aberta. A TV digital sempre foi software livre, código aberto e não pode ser diferente agora quando estamos falando de inclusão da população de baixa renda na TV digital, conforme determina o Decreto 4.920 que estabeleceu as diretrizes da TV digital brasileira.

Hoje a cobertura hegemônica da TV chega a 98% da TV analógica, e poderemos chegar, como pretende o MiniCom, a 93% dos lares com cobertura digital em 2018. Isso significa a possibilidade de receber as informações de dados digitais, transmitidas por broadcasting, gratuitamente. Tal cobertura será alcançada no nível nacional pela banda larga em curto espaço de tempo? Não cremos, infelizmente.

Podemos criar um atalho para a oferta de banda larga. E as operadoras não vão deixar de ganhar dinheiro. Ao contrário, com o modelo novo de canal de retorno, pode se ampliar para outras ofertas de pacotes. Precisamos da cooperação da iniciativa privada para isso. Seria uma grande oportunidade para a radiodifusão fazer ensaios com as agências de publicidade com conteúdos interativos. Esta convergência já e uma realidade nos EUA. Pouco a pouco o OTT vem se tornando o modelo preferido de acesso ao audiovisual.

Vamos deixar bem claro. Baixar aplicativos audiovisuais pela TV significa manter a primazia e o controle da transmissão pelo radiodifusor. Afinal, é através do seu play-out que os dados chegarão às residências:

1. SIMULTANEAMENTE – característica única da radiodifusão; a Internet não conta com esta prerrogativa de um para todos, pelo limite de banda

2. COM SEGURANÇA – transmissões radiodifundidas não estão sujeitas a hackers

3. COM MAIOR USO DE BANDA – dentro do espectro de 6Mhz o uso de apenas 0.5Mb já seria um espectro muito superior ao oferecido nas taxas de tráfego de dados negociados em nosso país

4. COM A NEGOCIAÇÃO DESTES SERVIÇOS TENDO SEU PROTAGONISMO PELA RADIODIFUSÃO – Claro que haveria que mudar a lei de radiodifusão neste ponto, permitindo que o radiodifusor possa vender seu transporte broadcasting para dados e não apenas para conteúdos audiovisuais. Assim criar-se-iam espaços de negociação para serviços interativos com canal de retorno e de overflow para OTT com as empresas telefônicas ainda com posição de força.

Para garantir o acesso da população de baixa renda à interatividade, a caixinha conversora deve ser manter como esta configurada no Brasil 4D, ou seja, com implementação Ginga C (Java + NCL /Lua) em sua configuração básica, que permite ter conexão com a banda larga 4G ou 3G e a serviços públicos (não inclusos na caixinha). Essa configuração não impõe modelos. Ela deixa a porta aberta para soluções futuras, para deixar um irremediável LEGADO. Mas para isso devera ter o Ginga C , porta HDMI e as configurações básicas de processamento com as entradas estabelecidas, SEM INCLUSÃO NO CUSTO DA CAIXINHA DE CONEXÃO E ARMAZENAMENTO. ELA NÃO TERÁ CONEXÃO DIRETA NO GINGA QUE PERMITA BAIXAR APLICATIVOS DA WEB (apesar de possível, se quisermos no futuro). Essa conexão poderá ser gratuita ou paga. São várias possibilidades que a Entidade Administradora da Migração – EAD vai decidir.

TV Interativa Artigo

 


[1]Requisitos mínimos para recepção :do sinal digital, Anexo 1, Portaria 481/2014, do Ministério das Comunicações: I-Atender às normas ABNT NBR 15604/2007, receptores e suas atualizações, dispondo obrigatoriamente de controle remoto, interface USB, saídas de audio e video via RF e saída de video composto; II- Incorporar obrigatoriamente, capacidade de executar aplicações interativas, de acordo com as Normas ABNT NBR 15606-1, 15606-2, 15606-3, 15606-4 e 15606-6; III-Permitir a utilização dos recursos de acessibilidade previstos na Norma Complementar MC 01/2006, aprovada pela Portaria nº 310, de 27/7/2006..

[1]“Brasil 4D – Estudo de impacto socioeconomicos sobre a TV digital pública interativa”, 2013. Disponível em:https://www.ebc.com.br/sites/default/files/brasil_4d.pdf

Andre Barbosa Filho, PhD

Fonte: Tele Sintese

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dez 20

Interatividade: EBC quer emplacar Ginga usado no Brasil 4D para 14 milhões de família de baixa renda

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A Empresa Brasileira de Radiodifusão (EBC) enxerga no complexo processo de desligamento do sinal analógico que vai abrir espaço para o LTE na faixa de 700 MHz uma oportunidade para impulsionar a interatividade na TV brasileira. Isso porque, de acordo com as regras já publicadas pela Anatel e pelo Ministério das Comunicações, as famílias cadastradas no Bolsa Família receberão um set-top box com o middleware de interatividade Ginga.

O problema é que o Ginga que está sendo embarcado nas TVs, por força de obrigação legal, depende de uma conexão de banda larga, item que certamente não será encontrado nas casas do Bolsa Família. A EBC, através do seu projeto Brasil 4D, usa um Ginga voltado para a radiodfusão, que apenas usa a rede celular como canal de retorno e é essa “caixinha” que o assessor especial da EBC, André Barbosa, quer emplacar no Grupo de Implantação da Digitalização (GIRED).

“Na portaria está prevista a interatividade e essa é a nossa briga no GIRED porque nós vamos querer que interatividade seja entendida como o Ginga que nós acabamos de classificar e que está indo para o módulo técnico do Fórum (Fórum Brasileiro de TV Digital) pra virar norma ABNT”, afirma ele.

A seu favor, Barbosa tem o compromisso dos fabricantes de set-top box de que é possível produzir a “caixinha” a um custo de US$ 60 cada e ainda entregar às famílias uma antena externa e um cabo HDMI. Por outro lado, as teles certamente vão brigar para gastar o mínimo possível já que, como se sabe, o dinheiro saiu do bolso delas (R$ 3,6 bilhões) e ainda deverá custear a aquisição dos transmissores para as emissoras que migrarão de canal e os custos com mitigação de interferência.

Barbosa explica que o Ginga nasceu completo, ou seja, com a parte boradband e a parte broadcast. O Fórum de TV Digital, onde a EBC também é suplente e, portanto, não tem direito a voto, optou por desenvolver inicialmente a parte broadband. “A nossa luta foi dizer que grande parte da população brasileira ainda não tem internet domiciliar”, afirma.
Com o Ginga broadcast, defende ele, é possível unir celular e televisão em um projeto convergente. “Você está casando celular com baixo tráfego de internet com televisão aberta. A ideia é mandar aplicativos e dados pela radiodifusão, o que é diferente de mandar pela internet, por IP”, afirma.

Momento histórico

André Barbosa classifica o GIRED como um “momento histórico” justamente porque coloca teles e radiodifusão em uma mesa de negociação. Para ele, a convergência entre esses dois mundos é inevitável, embora ainda não se saiba qual será o formato vencedor.

“Eu acho que é oportunidade para plantar uma semente, para que você crie um amalgama, uma confiança. A gente não vai ficar em uma reunião só, será o tempo necessário para que essa migração termine, portanto, até 2018 pelo menos. É como se fosse um Fórum da TV Digital com as telecomunicações. É isso que a gente sempre quis, que as plataformas do Plano Nacional de Banda Larga e a da TV Digital estivessem integradas. Os modelos de negócio estão clamando por isso”, afirma ele.

Brasil 4D

O projeto Brasil 4D (Digital, Desenvolvimento, Diversidade e Democracia) passou por uma prova de conceito com cerca de 100 famílias na Paraíba e hoje está em fase de projeto-piloto com 300 famílias do Distrito Federal. As famílias podem realizar consultas bancárias (na Caixa e Banco do Brasil) e acessar as vagas de emprego, por exemplo.

Fonte: Tela Viva

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dez 11

Mobile: Governo quer aumentar índice de TV digital nos celulares; fabricantes são contra

celulares, interatividade, TV digital Comentários desativados em Mobile: Governo quer aumentar índice de TV digital nos celulares; fabricantes são contra

Os fabricantes de telefones celulares veem com bons olhos a proposta do governo de alterar o Processo Produtivo Básico (PPB) para esses aparelhos, apesar de discordarem do aumento do percentual de aparelhos capazes de receber o sinal de TV digital.

Hoje a exigência é de que 5% dos aparelhos produzidos estejam aptos a captar o sinal de TV digital. Pela proposta colocada em consulta pública pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, esse percentual vai para 15% em 2015, 20% em 2016 e 40% de 2017 em diante. “Hoje existem mais de 20 aparelhos (que recebem o sinal de TV digital) em várias faixas de preço. A gente entende que essa política já foi bem sucedida, não haveria necessidade de aumento”, afirma o diretor do grupo de aparelhos celulares da Abinee, Luiz Claudio Carneiro.

Segundo ele, a expectativa é de que até o final do ano de 12% a 15% dos aparelhos do mercado sejam compatíveis com o sinal de TV digital, o que mostra, na sua opinião, que o mercado se ajusta à demanda sem necessidade de intervenção regulatória.

Além de aumentar o percentual de aparelhos que devem receber o sinal digital, o governo propõe um aumento na penalidade para quem não cumprir a regra. Em vez de aumentar o investimento em P&D em 2,5%, deverá elevar em 2,65%. Para Carneiro, da Abinee, a medida acaba favorecendo quem não cumpre a meta, já que o aumento de recursos em P&D não é tão significativo.

A proposta em consulta também traz um incentivo para que os fabricantes embarquem o middleware Ginga nos aparelhos. Em 2015, cada aparelho com Ginga contabilizaria dois aparelhos no cálculo da meta dos aparelhos com TV digital. Em 2016 esse multiplicador baixa para 1,2 e em 2017 o incentivo desaparece. Essa metodologia significa a volta do Ginga no PPB dos celulares, muito embora seja opcional (e não obrigatório) para os fabricantes. De toda forma, o governo cogitou retirar o Ginga do PPB, conforme consulta pública publicada em maio, que não foi aprovada.

Proposta inovadora

A proposta de alteração do PPB traz uma inovação que foi muito bem recebida pela indústria. Trata-se de uma tabela de equivalência. Basicamente, a tabela traz a equivalência de substituição de um componente por outro, em caso de os fabricantes terem dificuldades para cumprir o índice de nacionalização de determinado componente.

Luiz Claudio Carneiro explica que a proposta permite que os fabricantes compensem o não cumprimento da meta de utilização de determinado componente nacional com o aumento na nacionalização de outro componente, de acordo com a tabela de equivalência.

“É um conceito novo que é muito positivo. Ainda é tímido, mas traz flexibilidade para a indústria e evita que a gente fique pedindo alteração do PPB todo o ano”, afirma ele. Pela regra, o limite máximo de intercâmbio é de 10% da obrigação. “Esse limite é pequeno, mas é um teste. A indústria vê de forma muito positiva”, afirma.

Por outro lado, há outros pontos que não agradam o setor produtivo, como a obrigação de pelo menos 10% de memória produzida no País já em 2014. Esse índice, explica o executivo, ainda está longe do que as empresas podem cumprir – embora a obrigação atual seja de 15% –, tendo em vista que existe apenas um fabricante de memória nacional. A Abinee trabalha junto ao governo para diminuir esse índice, já que ele será cobrado em 2014. A expectativa é que a norma seja aprovada ainda este ano, com um índice menor que 10%, de modo a garantir que indústria possa estar dentro do exigido.

Fonte: Tele Time

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