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O grupo responsável pela transição para a TV Digital quer receber até a segunda quinzena de agosto o primeiro retrato razoavelmente fiel dos domicílios que conseguem captar as transmissões na nova tecnologia. A pesquisa começa por Rio Verde-GO e Brasília-DF, as duas primeiras cidades a terem os sinais analógicos de televisão desligados.

O prazo é apertado – especialmente porque a EAD, a empresa que operacionaliza a transição, ainda não fechou contrato com o instituto de pesquisa que fará o levantamento. Mas a data para o conhecimento dessa primeira medição foi definida pelo Grupo de Implantação da Digitalização, Gired, tendo em vista que na goiana Rio Verde o desligamento está previsto para 29 de novembro, daqui apenas cinco meses.

Até lá, 93% dos domicílios dessa cidade de 200 mil habitantes precisam estar aptos a assistir televisão mesmo que os sinais analógicos sejam desligados – o que simplesmente não vai acontecer para quem não tiver televisores capazes disso, ou pelo menos conversores que tornem possível assistir as transmissões digitais em aparelhos analógicos. A ideia é realizar pesquisas até praticamente a véspera do desligamento, pois ele só pode acontecer se o percentual for atingido.

A tarefa não é trivial. Recentemente, o IBGE divulgou dados relativos à PNAD de 2013, a primeira a incluir recepção de TV Digital nas perguntas, e chegou à estimativa de que 31,2% dos lares do país estão prontos. O problema é que esse número está superdimensionado, porque boa parte das pessoas não sabe dizer com certeza, ou simplesmente confunde a capacidade de recepção digital com a posse de uma TV de tela plana.

Emissoras de televisão fizeram pesquisas para tentar medir isso mais claramente. Além de perguntar se a residência tinha TV Digital, também entraram nos lares para conferir. “É uma questão sensível. Quando os radiodifusores fizeram a pesquisa, chegaram a captar que apenas um terço dos que dizem que tem TV Digital efetivamente contam com os equipamentos que recebem os sinais digitais”, revela o presidente do Gired, Rodrigo Zerbone.

Daí que essa primeira rodada de pesquisa em Rio Verde e Brasília serão provavelmente as primeiras a refletir com certa fidelidade o tamanho do desafio para concretizar o desligamento analógico. Não é por menos que também em agosto começa a ser veiculada uma campanha publicitária voltada a convencer os brasileiros a providenciarem novas TVs ou conversores. Nesse caso, a EAD já contratou a agência Young & Rubicam para a tarefa.

Paralelamente, haverá distribuição de conversores para os mais pobres – especificamente, os beneficiários do Bolsa Família. Nos próximos dias, a EAD abre a pesquisa de mercado (RFP) desses equipamentos, o que vale dizer que lá pelo fim de julho haverá uma ideia mais clara da capacidade de entrega dos fornecedores. Como o prazo é curto, não está descartado que os cerca de 6,8 mil beneficiários de Rio Verde receberão equipamentos já disponíveis no mercado – e, portanto, com capacidade de interatividade inferior ao requisito oficial.

Fonte: FNDC

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